sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Redes urbanas

Existem diversos tipos de redes urbanas. As principais diferenças decorrem de três factores:
- Importância relativa de cada uma das aglomerações, avaliada tanto do ponto de vista demográfico como funcional;
- Extensão e intensidade das respectivas áreas de influência;
- Grau de internacionalização.

Do ponto de vista dos primeiros critérios, é possível identificar dois tipos opostos de redes urbanas. Num extremo, colocam-se as redes urbanas fortemente centralizadas e rigidamente hierarquizadas, em que a aglomeração principal se destaca não só pela elevada população que possui mas sobretudo pelo leque diversificado e qualificado de actividades, recursos e funções de nível nacional que concentra.
No pólo oposto colocam-se as redes urbanas em que as aglomerações principais mantêm uma posição demográfica relativamente equilibrada e uma complementaridade funcional e económica significativa. A rede urbana da Holanda, de natureza polinuclear, ilustra bem esta situação. Neste caso, Amesterdão, Haia, Roterdão e Utrecht, embora com totais populacionais diferentes, completam-se de tal forma que constituem, no seu conjunto, uma região urbana relativamente coesa e com visibilidade própria: o Randstad.

No caso de portugal:
A rede urbana portuguesa aproxima-se do primeiro modelo. O peso de Lisboa, demográfico mas sobretudo funcional, é bem conhecido. A AML concentra pouco mais de 26 % da população do continente, mas cerca de 43% das bibliotecas e dos hospitais privados e mais de metade das actividades de I&D ou do investimento directo estrangeiro.
A concentração de pessoas, actividades, qualificações, equipamentos e infra-estruturas na Área Metropolitana de Lisboa há muito que foi identificada. Em 1966, uma obra significativamente intitulada "Portugal, país macrocéfalo" apresentava numerosos indicadores quantificados que confirmavam o elevado grau de concentração de recursos estratégicos para o desenvolvimento na região de Lisboa. A concentração metropolitana que acompanhou o processo de modernização da economia e da sociedade portuguesas ocorrido ao longo dos anos 60 facilitou a transposição, para Portugal, do debate então muito aceso em terras gaulesas sobre Paris e o deserto francês. Portugal é Lisboa e o resto é paisagem? Uma comparação com outras redes urbanas europeias não desmente a forte concentração demográfica e funcional na área de Lisboa, mas permite matizar o seu significado e questionar alguns juízos de valor que se foram generalizando ao nível da opinião pública.

Resolvemos publicar este “texto”, porque, apesar de não ser totalmente nacional ilustra bem as redes urbanas e a sua importância. E claro, também é referente a Portugal mais precisamente Lisboa comparando-a com com outras cidades europeias , realçando também um tema debatido na aula : a Macrocefalia.

Trabalho realizado por Joaquim Vinagre e por Mara Constancio.

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